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DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM E A PSICOMOTRICIDADE

Atualizado: 3 de mar. de 2020

Larissa Michels

Professora de Educação Física

Instagram: @retencaobr

Facebook: Retenção - Psicomotricidade e Educação


Atualmente, nas escolas de Ensino Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, aumenta-se o número de alunos com dificuldades na aprendizagem. Para eles a retenção de conteúdo e conhecimento se torna difícil ou até impossível, pois eles não estão preparados e maduros interiormente nas questões primárias, que são a afetividade e o desenvolvimento motor, podendo agravar o quadro quando há patologias envolvidas.

Conforme Negrine (1986), nem toda criança no período escolar apresenta pré-requisitos necessários para sua alfabetização. As causas que interferem para que a criança não tenha um ritmo normal, podem ser diversas. Juntamente com os problemas afetivos, gerados por falta de aceitação de si próprias e por falta de domínio corporal, ou até por questões familiares. Podem ocorrer os problemas de ordem psicomotora, resultantes de uma inadaptação da criança ao meio e à sua experiência vivenciada com o corpo.²


Seguindo o pensamento do autor, constata-se que o desenvolvimento psicomotor da criança se dá primeiro pelas questões neurológicas e depois pelas experiências vividas. Estas são as que constroem um tipo de memória corporal que são de extrema importância para as aprendizagens futuras e complexas, desbravando então suas potencialidades. E que determinadas situações de vulnerabilidade são causadas por fatores corporais, sociais e de ambiente, e que essas entre si, se influenciam e se cooperam para se desenvolver ou não.


Quando não se trabalha com o indivíduo desde cedo, aproximadamente na faixa etária dos 5 anos, surgem os déficits na questão do esquema corporal e estruturação espacial/temporal. Os déficits somente são percebidos pela alta demanda para os educadores no processo de reeducação para a alfabetização, observando-se então comportamentos de desorganização espacial/temporal, lentidão e falta de concentração etc.


Os comportamentos podem surgir de várias origens, porém em TODOS os casos traduzem a dificuldade que a criança encontra consigo mesma em relação com o mundo externo.

Alguns comportamentos preocupantes e comuns na área da educação com origens psicomotoras:


Alterações da atitude: A atitude é um hábito postural que foi se instalando progressivamente durante o desenvolvimento psico-biológico da criança, existem profundas relações entre alteração de controle postural e os estados de ansiedade ou insegurança, as emoções estão vinculadas a um fundo tônico, gerando relações entre o equilíbrio postural, o sujeito e o seu psiquismo.

Problemas decorrentes da lateralidade: Muitas crianças superam espontaneamente os problemas da utilização da mão esquerda, em contra partida este fato pode paralisar outras crianças, que não conseguem por si mesma encontrar meios de se adaptar-se.

Instabilidade: Crianças instáveis apresentam de uma maneira permanente dificuldades de controle postural, segmentário e respiratório. Vayer (1977) fala de dois tipos de instabilidade em crianças. A instabilidade constitucional ocorre de uma incapacidade de controle de movimentos, uma é de origem neuromotora e a outra psicoafetiva apresentando na criança distúrbios como: a hiperatividade, impulsividade e agitação.

Quando uma criança apresenta perturbações psicomotoras, a reeducação poderá ser feita através de apoio de psicomotricistas, professores, psicólogos, médicos e pais, que deverão através do trabalho conjuntoresolver as dificuldades da criança.³


“Toda ação motriz, por menor que seja, mesmo assim regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais.”²


Para Bueno (1997), a tarefa da reeducação psicomotora é fazer com que o indivíduo possa adaptar-se ao seu meio, seja escolar, familiar ou social, sem que para isso tenha que renunciar à sua personalidade, mas, ao contrário, sabendo conhecer e dominar o seu corpo, através do qual todas as trocas são possíveis. Assim posto, a reeducação é aplicada por várias áreas profissionais: pedagogia, educação física, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia educacional, psicologia e por arte-educadores, educadores, médicos da especialidade motora ou psíquica, entre outros.


Ainda de acordo com Bueno (1997), condição básica para uma boa reeducação está na tranquilidade e na troca afetivo entre o reeducador e o reeducando.¹


O educador será o mediador, o acompanhante que ajudará a criança, na evolução e desenvolvimento de suas necessidades individuais. O adulto deve passar à criança uma relação de apoio, segurança e atenção, para que a mesma possa reconhecê-lo como o portador do saber e que pode ajudá-la quando precisar.


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RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v.12, n.1, p. 313-331, 2017. E-ISSN: 1982-5587 DOI: http://dx.doi.org/10.21723/riaee.v12.n1.8278¹

Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai - IDEAU Vol. 5 – Nº 12 - Julho - Dezembro 2010 Semestral Artigo: A PSICOMOTRICIDADE E SEUS BENEFÍCIOS Autora: Lorena da Silva Lemos Sandri ²

Fontana, Cleide Madalena. A importância da psicomotricidade na educação infantil. UTFPR, [s. l.], 2012. Disponível em: UTFPR - Campos Medianeira. Acesso em: 12/02/2020³

 
 
 

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