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FAMÍLIA, EDUCAÇÃO E PSICOMOTRICIADE


O fator primordial para uma completa e substancial aprendizagem é a relação entre a família e a instituição escolar. Contudo existem diversas barreiras e obstáculos que influenciam para isso não se solidificar. Precisamos pensar nos dois lados dessa perspectiva, o contexto familiar e o contexto relacional entre família-escola.


A família é o primeiro contato da criança com o mundo, abrangendo todos os aspectos vivenciais possíveis, questões afetivas, sociais, relacionais, atitudinais e de construção de representações e personalidade. Aprendem valores, sua cultura, comportamentos, reações etc.


É importante saber que a família para construir uma criança educada, precisa antes de tudo ter obtido educação. A educação e cultura de comportamento é passada primeiramente no ambiente familiar, depois no ambiente escolar. Caso haja displicência nessa parte, a família precisa ter a ciência de que necessitam de auxilio e ajuda.


A dedicação e o estimulo da família à educação e aprendizagem da criança, são os fatores que vão determinar seu sucesso ou fracasso, o primeiro passo é sempre o interesse e acompanhamento, com o olhar voltado primeiramente à criança como um individuo em construção, e depois a atenção completa na vivência escolar, estabelecendo relação e vínculo com a equipe pedagógica, suas metodologias, trabalhos e resultados.


A instituição escolar tem o dever de fazer sua parte. Precisa-se se atentar às novas realidades sociológicas e mudanças recentes deste novo século. Historicamente, a família funcionava sobre outras perspectivas de vivência e convivência, mães trabalhavam em casa e tinham como principal função educar seus filhos, e os pais trabalhavam fora e tinham pouco ou quase nulo contato com seus filhos e sistemas educacionais.


Atualmente a maioria das mulheres trabalham fora de casa, causando então uma modificação do contexto e aplicações da primeira educação, antes vistas como apenas responsabilidades delas no conceito heteronormativo.


Há a necessidade de divisão de tarefas e responsabilidades dos familiares e/ou responsáveis, se fazendo eficientes à educação de suas crianças, quando se obtém uma equidade de deveres e responsabilidades. Quando não há harmonia, há disfunções no contexto global da vivência e aprendizagem da criança.


Destacam-se atualmente famílias organizadas em torno apenas da mãe; constituídas por pares do mesmo gênero (recentemente reconhecidos pela legislação); ou ainda estruturadas em arranjos desenvolvidos conforme as necessidades e condições que a situação social e econômica oferece, como a constituição familiar estruturada por meio de avós, tios e outros adultos sem vínculos sangüíneos (cf. DIAS, 2006).¹


E a instituição de ensino precisa caminhar de acordo com as novas realidades, se atualizar para criar vínculo e descentralizar metodologias ultrapassadas. Apenas reunião com as famílias em finais de ciclos não são suficientes!


A escola precisa se adequar às novas tecnologias, novos métodos de observação, acompanhamento constante com os membros responsáveis pela criança e acima de tudo, orientar as famílias, que muitas vezes são o foco principal de qualquer dificuldade ou problemas de desenvolvimento e aprendizagem escolar das crianças.


A psicomotricidade trabalha principalmente o contexto ambiental/familiar da criança, sabemos que eles são espelhos e condicionantes de todo o processo de vida do indivíduo.

Cada palavra, cada expressão facial, cada gesto ou ação dos pais dá para a criança uma mensagem sobre o seu próprio valor. É triste que tantos pais não percebam a mensagem que estão enviando” (SATIR). É uma visão que leva em consideração as mensagens não verbais, a comunicação tônica, as mensagens analógicas e digitais, enfim todo o aparato tão valorizado pela psicomotricidade relacional.³


A relação continua sendo a melhor maneira de se obter a retenção da aprendizagem no seu contexto geral. As relações, a afetividade, a socialização, aspectos motores, etc., todos trabalhados pela psicomotricidade trazem a pluralidade do ser para o mundo, estimulando cada vivência, levando-os à aprendizagem completa.


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Referências:


1 - Neide Barbosa Saisi, 2010. Educação Infantil e família: uma parceria necessária. EDUCAÇÃO: Teoria e Prática - v. 20, n.34, jan.-jun.-2010, p.65-85.

2- Denilson de Cássio Silva, 2018. Cecília Meireles e as relações entre escola e família: apontamentos de uma intelectual para além do normativismo (Rio de Janeiro de 1941). e-hum Revista Científica das áreas de História, Letras, Educação e Serviço Social do Centro Universitário de Belo Horizonte, vol. 11, n.º 1.

3- ANDRADE, Bruno Furst Guimarães de. Terapia Familiar e Psicomotricidade Relacional: um Diálogo Possível e Necessário. Psicologado. Edição 06/2019. Disponível em < https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/terapia-familiar-e-psicomotricidade-relacional-um-dialogo-possivel-e-necessario >. Acesso em 8 Mar 2020.

 
 
 

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