top of page

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E PSICOMOTRICIDADE


O conceito de Inteligência Emocional - IE foi apresentado à comunidade científica pelos psicólogos Salovey e Mayer (1990, p. 189), em um artigo teórico, sendo definido como "a capacidade do indivíduo monitorar os sentimentos e as emoções dos outros e os seus, de discriminá-los e de utilizar essa informação para guiar o próprio pensamento e as ações".²


Existem dois tipos de IE, a intrapessoal que é o conhecimento das próprias emoções e a interpessoal, conhecimento e entendimento da emoção dos outros.


Historicamente a inteligência e as emoções eram vistas de formas distintas, com a evolução da psicologia essa ideia foi se extinguindo, constatou-se a influência da inteligência sobre a emoção e vice-versa.


Segundo Goleman, é necessária a autoconsciência de que a inteligência emocional é a forma mais eficiente de fazer com que as pessoas consigam lidar com os sentimentos mais confusos e aflituosos em relação às experiências interpessoais, enfrentando frustrações com perseverança, fazendo com que o otimismo seja freqüente, ter uma maior capacidade empática, de envolvimentos e cooperações.


Essa propriedade intelectual abrange um tipo diferente de inteligência; isto é, não se está mais falando apenas de inteligência considerada puramente do ponto de vista acadêmico. Esse tipo de especial função intelectual, quando bem desenvolvida, leva as pessoas a se sentirem satisfeitas e serem eficientes em suas vidas por terem desenvolvido a sua capacidade de dominar os hábitos mentais para chegarem à produtividade. Por outro lado, aquelas pessoas que não conseguem exercer nenhum tipo de controle sobre sua vida emocional consomem-se em batalhas interiores que desgastam essa capacidade de se concentrar no trabalho e pensar com clareza.¹


A inteligência emocional e a cognitiva atuam juntas nos processos de aprendizagem e na vida cotidiana, precisamos das duas paralelamente, diversas situações exigem que tenhamos um controle sobre a mesma, de manter a calma, tomar decisões, controlar impulsos, raciocinar com atenção, ler e entender sentimentos alheios, conviver com a diversidade etc.


Cooper e Sawab ressaltam a importância da inteligência emocional como componente do processo educacional, enquanto Howe expõe a teoria do vínculo afetivo no campo do serviço social, como condição essencial para a obtenção de excelente desempenho.³

Professores e Psicomotricistas precisam trabalhar com a inteligência emocional, pois a emoção vem antes do pensamento racional em qualquer situação, seja na rotina escolar ou na profissional. Tendo em vista ainda a situação atual da educação, os professores mais do que nunca necessitam desenvolver sua própria inteligência emocional e transpassar durante o processo de aprendizagem: segurança, respeito, motivação, empatia, controle emocional às adversidades, capacidade de escuta e devido lugar de fala do outro, auto-estima estável e mediação de conflitos de maneira adequada.


A relação principal durante o período educacional é a do professor-aluno, o professor sem o desenvolvimento de suas habilidades emocionais sente dificuldade na criação e sustentação do vinculo com o aluno, dificultando assim o estimulo para trabalhos e formação emocional-cognitiva.


É necessário que os professores busquem alternativas para o desenvolvimento da inteligência emocional de seus alunos, através da psicomotricidade podemos facilitar essa aprendizagem, com settings de relacional onde se busca esse contato intrínseco com as próprias emoções por meio do movimento e relações não-verbais e também nos momentos de aula onde a psicomotricidade pode ser trabalhada com dinâmicas motivacionais, leituras e discussões sobre sentimentos e de como lidar com eles, métodos de escrita e reflexões sobre situações rotineiras, gráficos para entendimentos e controle emocional etc.


Professores e alunos emocionalmente inteligentes caracterizam-se por destacar os aspectos positivos sobre os negativos; valorize os sucessos mais do que os erros; mais qualidades que defeitos; mais esforço que resultados; buscar o equilíbrio entre tolerância e demanda, ou seja, ter uma atitude positiva. Da mesma forma, eles são capazes de reconhecer suas próprias emoções e afetividade, especialmente aquelas que são consideradas positivas e negativas; saber como encontrar o equilíbrio entre expressão e controle; colocar-se no lugar do outro para capturar suas emoções, mesmo que não as expressem em palavras, mas através da comunicação não-verbal; demonstrar capacidade de tomar decisões apropriadas, integrando o racional e o emocional; preservar motivação, entusiasmo e interesse; cultivar auto-estima e confiança em suas próprias habilidades para enfrentar os desafios da vida; ter capacidade de superar dificuldades e frustrações, mesmo que negativas; ser capaz de integrar polaridades, isto é, cognitivas e emocionais!³


QUER SABER MAIS?

Siga @retencaobr no Instagram e no Facebook, se registre no site e aprenda cada vez mais, sobre nós mesmos e sobre o mundo que somos.


Referências:


DANIEL GOLEMAN trad. Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995, 375 p. - 1996.¹

Alessandra Rodrigues Gonzaga. Inteligência emocional no Brasil: um panorama da pesquisa científica. Psic.: Teor. e Pesq. vol.27 no.2 Brasília Apr./June 2011²

Calle Márquez, M., Remolina De Cleves, N., & Velásquez Burgos, B. Incidência de inteligência emocional no processo de aprendizagem. NOVA , 9 , 2011

 
 
 

Comments


bottom of page