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PRA EDUCAR É PRECISO SENTIR

Atualizado: 3 de mar. de 2020


Antigamente a afetividade não era levada em consideração no processo de ensino aprendizagem, acreditava-se que existia a separação do corpo e da alma, razão e emoção. No campo da educação o que mais importava era a racionalidade, pois a emoção era vista como a fraqueza do ser humano, aquela que atrapalhava a sua racionalidade.


Com o desenvolvimento da ciência e da pesquisa, em quase todas as áreas do conhecimento, principalmente a partir do século XVIII, criam-se as condições para a construção de um modelo teórico mais adequado; esse modelo nos possibilitou entender que razão e emoção são indissociáveis, dois lados de uma mesma moeda, mantendo entre si íntimas relações.¹


Wallon (1968, 1971, 1978) desenvolveu uma teoria sobre o processo de desenvolvimento humano centrado no processo de relação entre quatro grandes núcleos funcionais, determinantes do processo: a afetividade, a cognição, o movimento e a pessoa.¹


A partir dessa ideia, precisamos entender que o papel do professor no processo pedagógico vai além de transpassar conteúdos, toda e qualquer atitude ou método utilizado possui um sentimento empregado, passando assim para seus alunos durante o ensino, sendo determinante para se estabelecer o vínculo necessário entre professor/aluno, aluno/conteúdo escolar. A afetividade pode facilitar o processo de aprendizagem e sua ausência inibir.


Segundo Malaco (2004), os professores têm dificuldades em lidar com as próprias emoções e conseqüentemente com as de seus alunos. Precisando então, entender as dimensões da afetividade em todos os momentos da vida, principalmente nos períodos de desenvolvimento.


É nesse momento que o entendimento psicomotor precisa-se fazer presente, onde a percepção de que todas as vivências e experiências dos momentos do ensino trazem conseqüências. Toda vivência dentro e fora do ambiente escolar educa o ser humano pra si mesmo e para a sociedade, cada movimento corporal e cognitivo carrega junto um sentimento e está na mão do professor como coordenar experiência/sentimento.


Saber lidar e compreender as inteligências múltiplas, perceber momentos em que o aluno sente dificuldade em alguma tarefa ou movimento, ajudá-lo a entender os sentimentos envolvidos, levantar discussões perante o grupo sobre julgamentos, reflexões individuais e grupais onde o professor tendo o devido entendimento precisa levar em consideração e colocar em prática.


Os professores/pais/responsáveis precisam ter a consciência de que não existe desenvolvimento cognitivo sem o desenvolvimento emocional e de que tudo está interligado.

O primeiro passo é o conhecimento, atualização constante e coração aberto para entender cada um do seu jeito, mas antes cuidar de si para conseguir atingir esse entendimento do sentimento do próximo.


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Referências:

Sérgio Antônio da Silva Leite - Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas psicol. vol.20 no.2, 2012. http://dx.doi.org/10.9788/TP2012.2-06 ¹

Marinalva Lopes Ribeiro – A afetividade na relação educativa- Estud. psicol. (Campinas) vol.27 no.3, 2010. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2010000300012

Luana Cristine Conti, Angela Pereira Palma. Educação Física na escola e a afetividade: a construção do autorrespeito. Educação | Santa Maria | v. 41 | n. 1 | p. 237-250 |2016.

 
 
 

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